Pausa nessa pausa pra contar da Flip!
Vivemos a FLIP com intensidade, como se deve. Corre uma magia pelas ruas de Paraty quando ela recebe a Festa Literária Internacional. Acho que é uma escala de cidade perfeita pra um evento como esse. Poucas ruas concentradas, algumas ruas expandidas, uma praça bem grande, a referência da Igreja Matriz. Uma ponte muito charmosa, um rio, do outro lado, mais festa.
Menos um evento pra especialistas e mais um evento pra amadores, e eu entendi porque se chama festa e não feira ou qualquer nome mais específico. É por que estamos celebrando - o amor pelos livros, pelas letras, pelas ideias, pela possibilidade de contar. Celebrando poder ver tanta gente legal ao mesmo tempo, falando nas mesas ou só andando pelas ruas e bares.
Esse foi o ano da crônica, com o autor homenageado João do Rio, um apaixonado pelas ruas do Rio de Janeiro. Eu vi a
debatendo na Casa de Cultura o lugar da crônica digital - sim, tivemos mesas sobre newsletter esse ano! Mais espaço pra escrever e se autodivulgar, mais espaço pras mulheres e novas possibilidades para a escrita coditiana, urbana, crônica.Teve também as coisas inusitadas, tipo o escritor selegalês Mohamed Mbougar Sarr ficar preso na fila de autógrafos do seu livro novo e atrasar pra mesa em que ia conversar com o Gregório Duvivier. Sem saber o que fazer, o Gregório ficou enrolando a platéia, praticamente num standup gratuito. Nessa mesma platéia, na Casa Libre, Christian Dunker e Camila Pitanga estavam sentados nos bancos de papelão, totalmente camuflados entre todos nós.
Nessa Flip eu aprendi uma lição: ver menos mesas de assuntos com os quais eu trabalho e/ou domino, e mais mesas de assuntos em que sou leiga. Os livros que comprei foram todos de mesas assim, conheci escritoras e escritores novos, aprendi muito e me diverti bem mais.
A única mesa que eu paguei pra assistir dentro do auditório foi a de domingo, “Invenção e linguagem: o romance segue”, com a Carla Madeira, Mariana Salomão Carrara e Silvana Tavano. É uma experiência diferente, você ver ao vivo e na sua frente a conversa acontecer. Mas eu não posso deixar de registrar o quanto eu acho a configuração da Flip generosa com o público: pra quem não quer/pode pagar, pode assistir toda a programação oficial em um telão gigantesco do lado de fora do auditório principal.
Com esse telão, temos: uma cobertura enorme, som impecável, fones para tradução simultânea, cadeiras e, esse ano, teve até pipoca. Mas, depois de assistir a última palestra na área paga, o que mais me chamou a atenção foi a cadeira. A mesma. Nada de deixar o público geral desconfortável, sem encosto ou em pé, ou com acesso ao som e vídeo precários. A exata mesma qualidade de informação foi passada para todes. Incrível. A única diferença mesmo pra quem pagava era ver as pessoas ao vivo e não no telão.
A coisa mais especial desse ano foi me ver publicadda. O Selo Flip Off fez o lançamento da antologia Nós 2 - textos de autoria feminina, da qual eu fiz parte com uma crônica e um poema! Eles promoveram um sarau e eu pude ler meu texto em voz alta para quem estava ali, foi uma experiência inesquecível. Amanhã sai uma edição especial em que vou compartilhar a crônica, mas pra quem quiser conhecer todos os textos publicados nas categorias conto, crônica e poesia, é só comprar aqui. É um registro único e vasto do que pensam as mulheres em 2024 <3
E, pra fechar, algumas compilações:
Livros que eu comprei: Na mesa “Escrever o subúrbio”, comprei os livros Encruzilhadas suburbanas, de Pedro Machado e Quatro das na vida de Joel, do Victor Vasconcellos. Na mesa “Brasil Brutal” (ambas na Casa Estante Virtual, uma das melhores que fui), comprei Água turva, de Morgana Kretzmann, Jenipapo Western, deTito Leite e Quando os prédios começaram a cair, Mauro Paz.
Mesas que quero assistir no canal da Flip: A abertura do Luiz Antonio Simas, A memória dos homens (Mohamed Mbougar Sarr e Jeferson Tenório), Zé Kleber: Rádio Novelo Apresenta ao vivo, Anatomia do futuro (com Édouard Louis, Paulo Roberto Pires)
Quem eu amei ver por lá: os queridos da minha turma da pós que eu só conhecia online - parceiros incansáveis! A thurma do substack marcando presença, dessa vez fora e também dentro das casas e debates
, , , , , . O Rafael Zacca, da Escola da Palavra, a Roberta do Literaria Cursos, que me parou na rua e me fez me sentir artista, a Jana Viscardi, que eu fui tietar ano passado e lembrou de mim s2. É tão bom encontrar pessoas que eu admiro e acompanho há tempos na vida virtual <3Quem eu senti falta:
, , , , , , ano que vem, venham! s2
(Com certeza tô esquecendo gente nas duas listas porque minha memória é temperamental, me perdoem)
Uma ótima viagem a todos! :)
: Dicas a bordo :
~ O canal da FLIP no youtube tem a gravação de todas as mesas do auditório principal - dessa e das edições anteriores, imperdível
~ Essa FLIP foi do Felipe Neto? Reflexão do jornalista Fernando Luna
~ No meio da Flip anunciaram o prêmio Nobel de literatura desse ano, a escritora sul-coreana Han Kang, autora de “A vegetariana”.
Até a próxima,
Luísa
Ai, ai, que lindo viajar até a Flip contigo e ainda ter a surpresa de ver meu nome ao final. Obrigada pela generosidade de sempre. Já tenho um plano para o ano que vem ❤️
Foi incrível curtir essa FLIP com você! Adorei relembrar essa festa linda, por meio do seu texto! ❤️