"Terra, terra, quem jamais te esqueceria?"
"É verão no Brasil. Ou quase, mas já faz calor. Assim, meio de repente, uma pessoa que não conheço colocou no instagram uma foto que faz parte das minhas memórias mais gostosas. A entrada da Região Oceânica de Niterói. Pros íntimos, RO. Lá pelo início da faculdade, uma colega que foi me visitar perguntou, bem nessa altura do caminho: “mas aqui ainda é Niterói?”. Somos um lugar afastado, um cantinho, uma praia deserta. Somos um conjunto de avenidas que não fazem sentido, poucas calçadas pouca vida de bairro, praias desertas. Outras praias nem tão desertas são, ainda, longe. Tem esse gostinho aventureiro. Essa é a minha vista preferida da ro, a entrada pelo caminho antigo. Hoje em dia, há um túnel novo (finalmente!) que torna o acesso bem mais fácil. Quem sabe um dia eu ainda passo por aí só de onda pra sentir o gostinho. Subir uma estrada em ladeira, começar a descer e ver a vista alcançar as praias, as lagoas, os desertos de bairros não conectados. Um cantinho que não faz sentido, mas que mora no meu coração".
Escrito em Paris, lá em meados de outubro de 2018. Ainda não passei por essa estrada de novo, o que torna essas linhas ainda presentes.
Uma ótima viagem a todos! :)
: Dicas a bordo :
~ Como o tráfego (leia-se: trânsito) impaca economias
~ "A coisa mais feia que você já viu": essa newsletter tão linda do fotógrafo Jonathan Haldorf
~ Redefinir o destino por causa do caminho: sobre terra, mar e ilhas poéticas
~ Já que essa semana estou em um congresso no Nordeste, fica esse maravilhoso episódio do podcast Mamilos sobre as potências do agreste (dá pra ouvir no Spotify também)
Até a próxima,
Luísa
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